Por: Valor Econômico
Publicado em 16/04/2020
O Hospital Sírio-Libanês em parceria com o Aché Laboratórios iniciarão protocolo de pesquisa para avaliar o impacto do medicamento dexametasona em pacientes graves em ventilação mecânica nas UTIs que tratam da covid-19. O medicamento dexametasona é um corticóide e já demonstraram anteriormente ajudar a reduzir a duração do uso de ventilação mecânica em pacientes com síndrome de desconforto respiratório agudo.
Segundo o diretor médico do Aché, Stevin Zung, esse é o primeiro estudo clínico no mundo que avalia a dexametasona em pacientes na fase mais grave da síndrome da angústia respiratória grave. “Já existem pesquisas com essa medicação para essa síndrome, mas não provocadas por covid-19. A ideia é verificar a ate que ponto o uso dessa medicação pode ajudar a melhorar a síndrome e retirar os pacientes o mais rápido da UTI”, disse.
A empresa irá fornecer 2,5 mil ampolas da medicação para serem usadas nas pesquisas clínicas. Segundo o superintendente de Ensino do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa, Luciano Cesar Pontes de Azevedo, o estudo avaliará 300 pacientes e, além do Sírio-Libanês, contará com o apoio dos demais hospitais e entidades entre eles Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e também a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) e o Ministério da Saúde.
“Os primeiros resultados devem sair no final de maio. Estamos na fase de recrutamento de pacientes. Como hoje existem muitas pessoas nessas condições, acreditamos que ao final dessa semana já teremos os primeiros habilitados”, disse Azevedo.
Os estudos, de acordo com o médico do Sírio, terão um grupo de controle, em que não se administra a medicação. “Todos os pacientes que farão parte das pesquisas também já utilizam a hidroxicloroquina no tratamento, por isso, podemos fazer esse grupo de controle. Se o paciente que estiver utilizando o corticoide sair mais rapidamente do respirador, poderemos saber que esse tratamento funciona”, explicou.
Além de fornecer a medicação, o Laboratório Aché cuidará de toda logística do estudo. Zung, diretor da farmacêutica, disse que os centros de pesquisa que participarão dos ensaios clínicos são públicos e privados e a abrangência é todo o país. “A dexametasona é um dos principais medicamentos do portfólio do Aché e é administrado em ambiente hospitalar e em UTI. Não é vendido em farmácia”, ressaltou.
O Aché produz esse medicamento na fábrica que mantém na cidade de São Paulo e por mês fabrica 150 mil frascos. Segundo a companhia, a produção segue normal e tem garantido o fornecimento do princípio ativo para os próximos meses. “Não vai faltar medicamento”, disse Zung.
Para este protocolo de pesquisa, o Aché ainda contratou os seguros para os participantes. Conforme Zung, este seguro fornece cobertura para quaisquer necessidades médicas durante e após o término do estudo. “Além disso, os centros de pesquisa também receberam equipamentos de proteção individual (EPI) e álcool em gel”, informou.
Zung ressaltou, ainda, que a empresa está avaliando outros estudos no Brasil com outros medicamentos em que poderá participar. “Essa é uma das grandes frentes que a indústria farmacêutica pode auxiliar nesse momento de combate a essa doença”, acrescentou o executivo.
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