Fonte: Folha de S. Paulo
Publicado em 26 de agosto de 2020
O complexo de fábricas de vacinas do Instituto Butantan pode ser ampliado para produzir 400 milhões de doses caso o Ministério da Saúde concorde em investir R$ 1,9 bilhão no projeto.
Neste número estão incluídas 120 milhões de doses de vacina para o novo coronavírus _sem a ampliação, será possível produzir apenas a metade disso.
A informação foi dada à coluna pelo secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, antes de entrar na reunião com o ministro interino da Saúde, Ernesto Pazuello, na manhã desta quarta (26).
Gorinchteyn foi ao encontro acompanhado pelo presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, que já tinha recebido integrantes da pasta da saúde em SP nesta semana para expor o projeto de produção da vacina do novo coronavírus em larga escala.
O secretário afirma que a fábrica do Butantan já está começando a preparar a reforma que a capacitará a produzir 60 milhões de doses do imunizante para o novo coronavírus a partir de 2021.
Parte dos R$ 150 milhões para essa etapa já estão garantidos, em arrecadação feita com empresas da iniciativa privada. Já são R$ 100 milhões disponíveis. Faltam R$ 50 milhões.
Uma ampliação efetiva, que permitisse dobrar a produção do imunizante do novo coronavírus para 120 milhões de doses, no entanto, dependeria de uma injeção mais forte de recursos.
Por isso o secretário marcou encontro para iniciar uma negociação com o Ministério da Saúde.
A vacina do novo coronavírus já está na terceira etapa de testes clínicos, que estão sendo feitos também em 9.000 voluntários no Brasil, num acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac, que lidera as pesquisas e fabrica a vacina.
Caso ela seja de fato segura e efetiva, os chineses se comprometeram a enviar 45 milhões de doses a São Paulo até dezembro, e mais 15 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021, totalizando 60 milhões de doses.
O restante teria que ser fabricado no Brasil.
“O investimento [de R$ 1,3 bilhão] é baixo perto do que pode acontecer com o país se não tivermos a vacina disponível para todas as pessoas”, diz Gorinchteyn.
Ele diz estar otimista quanto à segurança e à efetividade do imunizante. “É preciso garantir a produção para que a vacina seja acessível a todos os brasileiros, de forma gratuita, para que possamos controlar essa epidemia”, segue o secretário.
A ampliação do complexo, que fabrica atualmente 120 milhões de doses de vacinas contra os vírus da gripe, da hepatite A e B, da raiva humana e HPV, permitiria ao Butantan, em até quatro anos, produzir as 400 milhões de doses de todos esses imunizantes, aí incluída a vacina para a Covid-19.
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