
Grupo FarmaBrasil apoia estratégia global para enfrentar desigualdades em saúde
9 de junho de 2025A indústria farmacêutica brasileira consolida-se, ano após ano, como um dos pilares mais robustos do setor produtivo nacional, especialmente em termos de geração de empregos formais. De acordo com a PNAD Contínua do IBGE, o setor alcançou, em 2024, um recorde histórico com 203 mil postos de trabalho formais, o que representa um crescimento de 4% em relação ao ano anterior. Com 93% dos trabalhadores empregados com carteira assinada — índice superior à média da indústria de transformação (67%) — o setor figura como o segundo mais formalizado da indústria nacional.
Outro indicador expressivo é a remuneração. O setor farmacêutico liderou o rendimento médio real entre os segmentos industriais em 2024, com uma média mensal de R\$ 6.526 por trabalhador, refletindo um aumento de 16,7% em relação a 2023. Esse valor supera os rendimentos registrados em setores tradicionais, como o automotivo, químico e de eletrônicos. Os dados, compilados pelo Grupo FarmaBrasil — entidade que representa 12 das principais empresas farmacêuticas brasileiras —, também revelam um ambiente de trabalho com equilíbrio de gênero: segundo a RAIS 2022, as mulheres representam 50% da força de trabalho no setor, uma das distribuições mais igualitárias da indústria.
Além de sua formalização e remuneração, a indústria farmacêutica e farmoquímica se destaca pelo alto nível de qualificação de sua força de trabalho. Cerca de 43% dos colaboradores possuem ensino superior completo ou grau de instrução mais elevado — o maior índice entre todos os segmentos da indústria de transformação, incluindo aqueles mais intensivos em tecnologia. Em 2024, o setor também registrou o segundo menor número de desligamentos (27.644), ficando atrás apenas da fabricação de produtos do fumo, que possui o menor contingente de trabalhadores na indústria.
Para Reginaldo Arcuri, presidente-executivo do Grupo FarmaBrasil, esses números reforçam a importância estratégica da indústria farmacêutica não apenas no campo sanitário e tecnológico, mas também como motor de desenvolvimento econômico e social. “Com salários acima da média e um ritmo de crescimento consistente, o setor se firma como um dos mais atrativos para profissionais qualificados e essencial para a construção de uma economia baseada em inovação”, destacou.
O desempenho atual é, segundo a análise do Grupo FarmaBrasil, resultado direto de políticas públicas estruturadas ao longo dos últimos anos. A criação da Lei dos Genéricos, em 1999, foi um divisor de águas ao ampliar o acesso da população a medicamentos e estimular a produção nacional. As Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), implementadas em 2012, impulsionaram ainda mais o setor ao promover a transferência de tecnologia e o fortalecimento da base produtiva local.
Esses avanços também foram viabilizados por investimentos de instituições como o BNDES, que já destinou R\$ 3,5 bilhões ao setor, e a Finep, com R\$ 1,2 bilhão em financiamentos voltados à inovação. Tais aportes foram fundamentais para modernizar a infraestrutura industrial e fomentar o desenvolvimento tecnológico. “As projeções indicam que o mercado farmacêutico brasileiro deve crescer, em média, 9,2% ao ano até 2028. Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas consistentes e de investimentos contínuos em inovação, produção local e qualificação profissional para garantir a expansão e a competitividade do setor”, concluiu Arcuri.