Por Mônica Scaramuzzo | De São Paulo
Para Marques, da Biolab, aliança com a Emcure vai abranger área hospitalar.
O laboratório nacional Biolab firmou uma joint venture com a farmacêutica indiana Emcure. As duas empresas vão criar a Biolab Emcure, com participação de 50% cada uma, para a produção de medicamentos voltados para área hospitalar, afirmou ao Valor Cleiton de Castro Marques, presidente da companhia brasileira.
O acordo foi assinado na noite de quarta-feira, com a presença do Ministro do Comércio, Indústria e Têxteis, Anad Sharma, que esteve em São Paulo, e Ak Khanna, principal executivo operacional (Chief Operating Officer) da Emcure.
A nova companhia deverá operar nas instalações do laboratório da Biolab, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. "Pelo acordo, a farmacêutica indiana se comprometeu a fazer transferência de tecnologia de alguns dos importantes medicamentos desenvolvidos por ela.
Os investimentos totais das duas empresas no novo negócio ainda não estão fechados. Segundo Marques, os aportes iniciais estão projetados em US$ 20 milhões.
Ao contrário do perfil voltado para a produção de genéricos como grande parte das farmacêuticas indianas, a Emcure é focada em produtos de inovação (moléculas quirais). "Começamos a conversar há dois anos, quando a Biolab estava negociando a importação de uma molécula [a levanlodipino, para medicamento de hipetensão]", informou.
Para o empresário, a parceria com a Emcure deverá agregar na produção de medicamentos inovadores para tratamentos complexos, como oncológicos e hipertensão, voltados para o segmento hospitalar.
Com faturamento de R$ 660 milhões em 2011, a Biolab projeta expansão de 15% este ano, segundo Marques. Adepta à formação de joint ventures e parcerias, a Biolab faz parte do pool de um grupo de quatro farmacêuticas nacionais, que inclui Cristália, Eurofarma e Libbs, que se uniram para criação da Orygen Biotecnologia , um dos superlaboratórios criados no país com apoio do governo federal para produção local de medicamentos biológicos.
Em 2010, a companhia também firmou uma joint venture com a farmacêutica alemã Merz para atuar na área estética no Brasil. O principal carro-chefe da é o Xeonin, toxina botulínica para concorrer no país com o Botox.
"Adotamos parcerias com empresas que tenham perfil igual ao nosso, com o foco em pesquisa", afirmou o empresário.
A Biolab está na expectativa de que possa colocar no mercado até o fim de 2013 seu primeiro medicamento, fruto de desenvolvimento de molécula própria - batizada de BL 123 (antimicótico e antifúngico), que está na fase 3 de pesquisa. A empresa destina de 7% a 10% de seu faturamento à pesquisa e desenvolvimento. "O produto segue padrões internacionais para que possa ser exportado para os mercados europeu e americano."
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