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Os últimos números sobre a competitividade da indústria brasileira mostraram que o Brasil apresentou queda no ranking internacional de competitividade. A classificação divulgada pelo Fórum Econômico Mundial em outubro de 2018 mostrou que o Brasil caiu três posições, saindo da 69ª para a 72ª. Mas alguns setores se mostraram, ao contrário, dinâmicos e inovadores.

É o caso da indústria farmacêutica nacional, que tem investido em média 8% de seu faturamento em P&D e, em alguns casos, até 14%.

Isso significa gerar inovação no Brasil, tanto produzindo medicamentos que, partindo de moléculas conhecidas, evoluem para novas e melhores formas e geram maiores benefícios para os pacientes, quanto desenvolver outras inéditas no mundo.

Por isso estão capacitadas para investir nas principais regiões e mercados do planeta, construindo alianças estratégicas, implantando centros de pesquisa e fábricas.

Em 2017, o investimento das empresas associadas ao Grupo FarmaBrasil (GFB) em fábricas e desenvolvimento de medicamentos somou R$ 2,67 bilhões. Em função da inovação, as farmacêuticas brasileiras estão presentes hoje na maior parte dos países latino-americanos, nos Estados Unidos, no Canadá e nos principais mercados da Europa.

No mesmo ano, 18 empresas brasileiras fizeram investimentos diretos de US$ 672 milhões em empresas farmacêuticas no exterior, conforme dados do Banco Central. Esses investimentos foram realizados principalmente no desenvolvimento de pesquisas e aquisição de empresas estrangeiras, sempre buscando a inovação.

O avanço é expressivo, se considerado o investimento realizado no começo da década, quando apenas cinco empresas nacionais investiram no exterior US$ 90 milhões. No ano passado, as exportações brasileiras de medicamentos produzidos por todas as empresas aqui instaladas somaram US$ 1,2 bilhão, com um crescimento de 3,82% em relação a 2016, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Entre os principais destinos das vendas de medicamentos estão México, Argentina, Estados Unidos e Dinamarca.

No mesmo período, as importações de medicamentos prontos alcançaram US$ 6,5 bilhões, alta de 3,87% na comparação com o ano anterior. A compra de medicamentos é feita principalmente da Itália, França, Suíça, Estados Unidos e Alemanha.

Característica importante das farmacêuticas brasileiras, a inovação realizada no Brasil vem contribuindo para o processo de internacionalização do setor e para sua inserção na dinâmica da concorrência mundial. Devido ao fato de o setor farmacêutico nacional ser caracterizado como um forte investidor em P&D, com cerca de R$ 6 bilhões em 2017, as empresas nele atuantes se valem da internacionalização como ferramenta de fortalecimento tanto para o mercado doméstico quanto para o global.

Há exemplos de ponta e ousadia tendo farmacêuticas brasileiras liderando projetos globais, empresas como EMS, Aché, Eurofarma, Libbs, Biolab, Hebron, Cristália, Orygen, Bionovis, Blanver, Recepta Bio e Biomm.

Os investimentos em inovação no Brasil, com a formação de equipes técnicas altamente qualificadas, articulam-se com a forte presença internacional, consolidando a indústria farmacêutica nacional como o novo setor de classe mundial da economia brasileira.

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