07/02/2019 – 11:15
Por Carla Araújo
BRASÍLIA – (Atualizada às 11h56) – O relator da resolução 2.227/2018, publicada ontem e que estabelece regras para a prática da telemedicina, Aldemir Humberto Soares, negou que haja conflito de interesses na medida e disse que nem ele e nem seu filho
trabalham em empresas relacionadas à área.
“Não vou investir em telemedicina”, disse, durante II Fórum de Telemedicina, na sede do Conselho Federal de Medicina, em Brasília, onde a norma está sendo formalmente apresentada à classe médica. “Recebi uma missão de atualizar uma resolução de 16 anos”, completou.
A resolução, que trata de consultas, diagnósticos e cirurgias realizadas a distância, recebeu críticas da classe médica. A alegação é que as regras foram elaboradas sem a participação dos conselhos regionais.
Soares defendeu a medida e disse que procurou colocar na resolução tudo que vai afetar os médicos nos próximos anos. Ele disse que atualmente a teletriagem existe e vai ser ampliada no país. “Em muitos hospitais hoje, médicos já abriram mão de triagem”, disse. “Ninguém está tirando emprego de ninguém”, completou.
Ele disse ainda que as críticas pelo fato de a resolução prever o envio de receitas pela internet são infundadas. “Houve barulho por poder mandar receita pela internet. Qualquer médico pode fazer isso hoje. Não precisa do conselho federal de medicina”, afirmou. “O fato de estar aqui não é porque não pode. É como pode”, disse.
Soares rebateu ainda as críticas feitas em relação a telecirurgia. “Não dá para imaginar que vou fazer cirurgia especializada e na ponta não vai ter cirurgião que nunca mexeu com esse tipo de ato cirúrgico”, declarou.
Críticas à Hapvida
Na abertura do fórum, o deputado Hiran Gonçalves (PP/RO) criticou a resolução e disse que a medida pode ser boa para “a Hapvida, que explora o trabalho médico”, mas “é preocupante”.
A Hapvida, a maior operadora de planos de saúde do Nordeste, está fazendo 8 mil consultas virtuais por mês em cidades como Belém (PA) e São Luis (MA). Em Santa Catarina, a TopMed, empresa especializada em atendimento a distância na área de saúde, busca médicos para orientar, realizar consultas e prescrever medicamentos.
O deputado, que vai presidir a Frente Parlamentar da Medicina no Congresso Nacional, disse que na próxima quarta-feira será feita a instalação da Frente e que já há mais de 190 assinaturas apoiando a sua instalação.
Gonçalves disse ainda que os objetivos dos trabalhos devem ser preservar o interesse dos usuários, das corporações, das seguradoras, dos planos de saúde, “mas sempre salvaguardando os nossos interesses”. “Não vemos uma defesa veemente da nossa profissão”, reclamou.
Ele defendeu que os médicos precisam se organizar para enfrentar “corporações mais fortes” que só visam lucros. “Vamos mostrar aos deputados novos e eleitos a representatividade forte, unida no congresso nacional”, disse.
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