Quarta, 13 de fevereiro de 2019, 14h59
Hospitais lotados com pacientes no chão dos corredores, falta de medicamentos e familiares reclamando das condições das unidades são cenas corriqueiras nos telejornais. Para buscar soluções e combater este cenário de caos, o deputado estadual João de Matos, o Dr. João (MDB), propôs durante a primeira sessão ordinária da atual legislatura, nesta terça-feira (12), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Saúde, para lutar por melhorias nos serviços prestados para os cidadãos.
Médico nefrologista há quase 40 anos, Dr. João foi o responsável pelo primeiro transplante de rim da história do estado, e conhece como poucos a realidade da saúde pública. O agora deputado diz que a Frente Parlamentar já conta com o apoio unânime dos cinco médicos eleitos e também dos demais deputados da casa, independente de siglas partidárias, pois todos entendem que esta é a hora de atuar pela causa da saúde.
“Nós vamos colocar a Frente Parlamentar da Saúde para funcionar sim, para buscarmos resolver parte dos problemas de saúde pública do nosso estado”, declarou Dr. João em discurso no plenário da Assembleia. “Nós temos cinco médicos eleitos, se nós não conseguirmos ajudar o governador a arrumar dinheiro novo e resolvermos alguns dos problemas da saúde, nós podemos colocar a ‘viola no saco’ e ir embora para casa, pois ficaremos com a pecha de incompetência. Por isso, nós temos que lutar sempre”, enfatizou.
Segundo o Dr. João, melhorar a saúde pública é um dos principais desafios de Mato Grosso, um estado de dimensões continentais, mas que ainda presta um serviço emergencial de “ambulância terapia”, nome popular dado para o transporte de pacientes – muitos em estado grave – por rodovias esburacadas com poucas condições de uso. Para o deputado, uma solução para o caos da saúde é realizar a descentralização do atendimento de saúde, reduzindo a necessidade de o paciente ir e vir para capital.
“A saúde precisa ser entendida como um sistema, onde a Região Metropolitana da Capital deve prestar um atendimento de qualidade na alta complexidade, e o interior tem que ter capacidade e estrutura para atender aos casos de média e baixa complexidade. Assim vamos reduzir a ‘ambulância terapia’. Mas o que se vê é uma capital com hospitais no limite e um interior completamente abandonado à própria sorte. Tem que ter gestão. Precisamos destinar mais dinheiro para a Secretaria Estadual de Saúde que esta com as contas no vermelho. Precisamos melhorar essa realidade de uma vez por todas”, afirmou em entrevista.
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