BY TALK NMB
O país foi considerado, em 2017, o sexto maior mercado farmacêutico do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França — segundo informações reunidas no Guia 2018 da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
Em relação a pontos de vendas, o Brasil conta com mais de 80 mil farmácias e drogarias privadas de acordo com dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Como se vê, estamos diante de um setor gigante e com boas perspectivas de crescimento para os próximos anos.
Acompanhe este post e conheça o panorama da competição do mercado farmacêutico no Brasil, com dados mais recentes das vendas por estado e por tipos de medicamentos, além de valores de exportação e importação.
Os dados do Guia 2018 da Interfarma apontaram a robustez desse mercado em 2017 — a comercialização de medicamentos em farmácias atingiu cerca R$57 bilhões (US$17,79 bilhões) no país, com 162 bilhões de doses vendidas. Em relação ao ano anterior, o crescimento foi de 11,73%.
O que esse número representa? Mostra que o Brasil tem 2% do mercado farmacêutico mundial, ocupando assim a oitava posição no ranking de faturamento, ou seja, junto das principais economias. Quando se fala em América Latina, o país ocupa a liderança do ranking, na frente de México e Argentina.
O documento Perfil da Indústria Farmacêutica 2018, elaborado pelo Sindusfarma, mostra que em 2017 o mercado farmacêutico no Brasil contava com 241 laboratórios farmacêuticos regularizados e autorizados para a venda de medicamentos. Desses, a maioria (60%) tem o capital de origem nacional.
Dados apontaram que as empresas multinacionais detêm cerca de 52,44% do mercado, com 34,75% em embalagens comercializadas. Os laboratórios brasileiros representam 47,56% do mercado em faturamento e 65,25% em caixas vendidas.
O Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico 2017, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), trouxe a distribuição da venda de medicamentos por estado. São Paulo ocupa a primeira posição: a indústria de medicamentos paulista obteve um faturamento de R$53,3 bilhões com a venda desses produtos. O montante equivale a 76,8% do total de vendas em todo o território nacional.
Logo atrás vem o Rio de Janeiro, cuja indústria farmacêutica faturou cerca R$7,8 bilhões. O terceiro lugar do ranking foi Goiás com faturamento de R$3,1 bilhões em 2017. E na quarta posição está o Paraná, com valor de medicamentos comercializados de R$2,4 bilhões.
Os dados sobre o número de embalagens comercializadas também mostram que o estado de São Paulo lidera o ranking, com mais de 2,5 bilhões de caixas de medicamentos vendidas em todo o país ou 57,3% do total.
Na sequência, o destaque foi Goiás com 866 milhões de caixas comercializadas ou 19,5% do mercado nacional. Na terceira posição está o Paraná, com a venda de 347,5 milhões de embalagens ou 7,8% do total brasileiro.
Em 2017, os genéricos e similares foram os destaques de venda de acordo com o anuário da Anvisa. Foram 2,9 bilhões de embalagens vendidas, o equivalente a 65% do total de unidades comercializadas no Brasil (4,4 bilhões).
Veja abaixo como ficou a distribuição desse comércio:
Os medicamentos genéricos vêm traçando uma curva ascendente nos últimos três anos. Em 2015, foram responsáveis por 30% da quantidade comercializada; em 2016, chegaram a 32,4% do total. São números que mostram um aumento de oportunidade de mercado para a indústria farmacêutica nacional, que puderam aumentar sua capacidade de produção.
Alguns fatores podem explicar o aumento de venda desse tipo de medicamento — como os preços competitivos, o aumento da confiança da população no produto e maior oferta de classes terapêuticas.
Em relação ao faturamento, os dados da Anvisa apontam que os medicamentos novos são os que detêm uma maior representatividade no mercado nacional, totalizando mais de R$ 26,5 bilhões (38,2%). Contudo, nota-se uma desaceleração no faturamento desse tipo de produto nos últimos três anos — 40% em 2015 e 39,4% em 2016.
Segundo informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, as exportações da indústria farmacêutica alcançaram US$ 1,247 bilhão em 2017 — um aumento de 3,82% em relação a 2016. Comparando com valores de 2000, é um aumento cinco vezes maior, o que demonstra o crescimento da presença desse mercado em outros países.
Já as importações de vacinas, hemoderivados e outros itens farmacêuticos somaram US$ 6,557 bilhões — um aumento de 2,63% em relação ao ano anterior.
A expectativa para os próximos anos é que o mercado farmacêutico brasileiro continue aquecido, com crescimento entre 5% a 8% no período entre 2018 e 2022. Assim, poderá subir uma posição no ranking global em relação a 2017, alcançando a quinta colocação, ou seja, passando à frente da França. Lembrando que, em 2012, o país ocupava a sétima posição no ranking.
O Guia 2018 da Interfarma apresenta dados que sugerem, para 2022 no Brasil, uma projeção de gastos com medicamentos entre US$ 38 bilhões e US$ 42 bilhões.
Para o Sindusfarma, as projeções da indústria farmacêutica são um aumento de 6,7% em unidades e 8,3% em faturamento para o ano de 2018; e de 7,19% em unidades e 9,02% em valores para 2019.
O mercado farmacêutico no Brasil, a cada ano, ganha maior competitividade no cenário mundial, mesmo diante das oscilações da economia. Localmente, nota-se a força da região Sudeste, com liderança das indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro na comercialização de medicamentos no país e o destaque na venda dos genéricos e similares.
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