A importância da conjugação de esforços entre Executivo, Legislativo e setor produtivo para a redução do Custo Brasil foi tema de debate durante o lançamento da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, no dia 30 de junho. Durante o evento, parlamentares, representantes do Executivo e representantes do terceiro setor explicaram como a abertura de um ambiente de discussão sobre o tema no Congresso Nacional possui capacidade de melhorar a competitividade brasileira.
O presidente da Frente Parlamentar, Alexis Fonteyne (Novo/SP), explica que a Frente nasce de como consequência do estudo que mediu o Custo Brasil em R$ 1,5 tri, realizado pelo Ministério da Economia em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e setor produtivo. O estudo apresenta uma mandala que exemplifica os custos de 12 elementos durante o ciclo de vida de uma empresa, como a insegurança jurídica e a complexidade tributária.
“Vamos trabalhar com apoio das associações. A Frente Parlamentar é uma ferramenta de mapeamento, propositiva, de orientação parlamentar, de advocacy, para pressionar e trabalhar para o bem do ambiente de negócios. Uma ferramenta de divulgação e esclarecimento”, explica Fonteyne. Segundo o deputado, o grupo de parlamentares possui um compromisso com o setor produtivo para eliminar o Custo Brasil e aumentar a competitividade.
O presidente do Conselho Superior do MBC, Jorge Gerdau, explicou que o Brasil possui competência competitiva em quase todas as atividades internas, mas quando se fala em competir internacionalmente, o país precisa carregar o peso do Custo Brasil. “Esse tema de Custo Brasil atinge indústria, comércio, serviços e agricultura. Todos esses têm esses vícios históricos da nossa estrutura não modernizada com relação ao cenário que a competitividade mundial está nos exigindo. Por isso, essa conjugação de esforços a ser feito com o Congresso é da maior importância. Estamos atrasados nisso”, explicou Gerdau.
Nesse sentido, Gerdau explicou que um dos fatores que pesa no Custo Brasil é o valor da mão-de-obra. “O trabalho humano na empresa carrega praticamente o dobro do que carrega em qualquer outro país. O operário do Chile leva 85% para casa daquilo que ele custa. O operário brasileiro leva somente a metade. E, quando chega no bolso do operário, ele ainda paga 30% a 40% de impostos”, afirmou o presidente do Conselho. Para ele, essa estrutura precisa ser repensada.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, também ressaltou como a melhoria da competitividade brasileira precisa estar no topo das prioridades. Segundo ele, a CNI elaborou estudos e apresenta propostas consistentes para reduzir das deficiências da infraestrutura brasileira e o excesso de burocracia. “Esses problemas colocam o Brasil no penúltimo lugar do ranking da competitividade, que compara o país com 17 economias similares à nossa. Ficamos muito atrás de outros países latino-americanos como o México e o Chile”, apresentou Andrade.
Para o vice-presidente do Conselho Superior do MBC e presidente da FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, a criação da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo é uma iniciativa importante dentre as que o MBC tem trabalhado. Segundo Arcuri, o Congresso Nacional é um elemento decisivo para aprovação de pautas que reduzam o Custo Brasil. “Não pode ser um país como o nosso ficar atrelado aos seus próprios problemas. Temos que decidir que vamos resolver a questão do custo Brasil e pensar no futuro, construir um país mais justo e mais igualitário”, afirmou.
Acesse transmissão completa: https://www.youtube.com/watch?v=gyvIj-ozRTw
*Notícia Movimento Brasil Competitivo
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