Aminoácido produzido pelo próprio organismo, principalmente pelos rins, a arginina integra diversos processos biológicos e produz efeitos benéficos em uma série de males: da hipertensão a doenças cardiovasculares, passando por diabetes e disfunção erétil. E ainda contribui para um envelhecimento saudável. É eficaz também no fortalecimento do sistema imunológico, na eliminação de toxinas e melhora da cicatrização.
É extensa a lista de alimentos, ricos em proteínas, que também fornecem a arginina: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja, cacau, nozes, avelã, castanha, aveia, gérmen de trigo, semente de girassol, leite, carne bovina, frango, ovos, atum, camarão, lagosta e salmão são itens indispensáveis para uma dieta variada em aminoácidos.
Para aqueles que praticam esportes, especialmente maratonistas e adeptos de endurance, o consumo suplementar da arginina está associado a melhor desempenho muscular, ganho de massa e redução da sensação de fadiga. Da mesma forma, a arginina é essencial nos processos de crescimento, gestação e fases pós-traumáticas, condições em que a produção natural do corpo não é suficiente para suprir as doses recomendadas.
A arginina participa das reações químicas junto a diversos compostos orgânicos. Uma das mais importantes é a produção de óxido nítrico, substância responsável pela vasodilatação. As células do endotélio, tecido muscular que recobre a parede interna dos vasos sanguíneos, produzem e liberam fatores que levam à contração ou ao relaxamento desse tecido. Quando há uma disfunção no endotélio, ocorre a vasoconstrição. O óxido nítrico age neste momento, fazendo o movimento contrário.
Os efeitos da arginina na descontração e dilatação dos vasos sanguíneos, também presentes em alimentos como beterraba e melancia, não só ajudam a combater o entupimento das artérias, sendo capazes ainda de contribuir para regulação da pressão, diminuindo o risco de doenças e problemas vasculares.
A vasodilatação pode ainda favorecer a ereção em casos de disfunção erétil, já que eleva a quantidade de sangue que chega ao local. A suplementação de arginina é prescrita, inclusive, para complementar o tratamento médico para o distúrbio.
Além disso, o óxido nítrico também restringe a ação de genes pró-inflamatórios, é um neurotransmissor que atua na memória e no aprendizado e age na regulação da autoimunidade, favorecendo a redução de inflamações e conferindo qualidade de vida na fase madura da existência humana.
A arginina tem papel específico na conversão, feita nos rins, de amônia em ureia, descartada pela urina e fezes e reduzindo o efeito tóxico. E no fígado atua diretamente, eliminando substâncias que estão em excesso no organismo, inclusive radicais livres. Até na regulação da insulina, a arginina estimula a secreção do hormônio. A ação reduz o açúcar livre no sangue, a glicemia, o que é favorável à prevenção do diabetes.
Praticantes de fisiculturismo e de esportes de alta intensidade conseguem ganhar massa muscular magra com o suplemento de arginina, o que contribui para o aumento do fluxo de sangue nos músculos e ajuda a melhorar a força e a resistência. Os efeitos colaterais, no entanto, devem ser muito bem avaliados. Consumir altas doses de arginina pode causar desconfortos gastrointestinais, como náuseas e diarreia, além de câimbras abominais.
O suplemento de arginina é encontrado em cápsulas, tabletes, comprimidos ou pó para ser diluído em água. A quantidade indicada é de até 3g do suplemento em pó, ou de uma a duas cápsulas de 500g, até três vezes ao dia. O ideal, porém, é seguir as orientações de um nutricionista ou nutrólogo, antes de fazer uso da substância.
Texto: Panorama Farmacêutico