Coordenador do Grupo de Trabalho que discute a Reforma Tributária na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes (PT/MG) prevê tratamento diferenciado para setores estratégicos, como saúde e educação, como ocorre em diversas partes do mundo. “No mundo inteiro é assim, e não vai ser diferente aqui no Brasil”, afirma.
Economista por formação, o deputado acredita que o ajuste do sistema poderá gerar um crescimento adicional da economia entre 10 e 20% em uma década. Em seu sexto mandato como deputado federal, Reginaldo avalia que os setores exportadores sejam mais beneficiados com a reforma em análise. “Não teremos incidência de tributos nas exportações, assim, nossos produtos serão mais competitivos no mercado internacional”, disse, em entrevista ao FarmaBrasil.
1- A proposta de Reforma Tributária em análise pelo Congresso tenta tornar o sistema brasileiro mais claro e simplificado. De que forma a reforma pode ajudar no desenvolvimento do país?
O Brasil vai se desenvolver mais quando a reforma tributária for concluída. Teremos um sistema mais simples, unificado em apenas um tributo. Estudos demonstram que uma reforma tributária nesses moldes gerará um crescimento adicional da economia de 10 a 20% em uma década. Isso significa que, caso essa reforma tivesse sido feita há 15 anos, cada brasileiro teria hoje, em média, R$ 460 a mais de renda por mês. Um modelo simples e unificado de tributação vai contribuir também para acabar com a cumulatividade e multiplicidade de legislações e competências tributárias, que causa um estoque do contencioso judicial no valor, acrescido da dívida ativa, de R$ 9 trilhões, quase o tamanho do PIB brasileiro.
2- No GT da Reforma Tributária, o senhor defendeu a análise da implantação do IVA e o impacto em alguns setores da Economia. Que setores podem ser afetados negativamente no caso de um imposto comum?
Estamos trabalhando para que nenhum setor seja prejudicado com o sistema tributário que estamos construindo. O objetivo é construir uma alíquota única, mas a própria PEC 45, que estamos usando como ponto de partida, estipula que algumas áreas devem ter tratamento diferenciado, como o da agroindústria, o de saúde, de educação, transporte de carga e as entidades de benefícios sociais. No mundo inteiro é assim, e não vai ser diferente aqui no Brasil.
3- O que é necessário fazer, em termos de mudanças nas normas tributárias, para que a indústria nacional de medicamentos possa ter competitividade e competir com os laboratórios internacionais?
Creio que os setores exportadores, como da indústria farmacêutica, serão daqueles que mais vão ganhar com a reforma. Seria um grande avanço, considerando que com o atual modelo o Brasil exporta tributos com produtos e, em contrapartida, importa mercadorias com valor agregado, trazendo um saldo negativo de US$ 128 bilhões. Não teremos incidência de tributos nas exportações, assim, nossos produtos serão mais competitivos no mercado internacional.
O Grupo FarmaBrasil é uma associação privada, sem fins lucrativos, dedicada exclusivamente à representação de empresas farmacêuticas de capital nacional, com foco em inovação no setor. Esclarecemos que não comercializamos produtos ou equipamentos de qualquer natureza.
⚠ Atenção: Não temos qualquer relação ou vínculo com empresas que utilizem o nome “Farma Brasil” para venda de produtos ou equipamentos. Se você está sendo abordado por alguma entidade com esse nome para realizar compras online, saiba que não somos nós. Nosso compromisso é voltado apenas à defesa dos interesses do setor farmacêutico nacional.