Exames de rotina poderiam diagnosticar com mais assertividade o câncer de colo de útero, o que evitaria a morte de uma mulher a cada 90 minutos, isso segundo o Instituto Nacional do Câncer, o Inca. A criação de um programa de rastreamento organizado é uma das soluções para melhorar a prevenção na saúde da população de mulheres brasileiras para o ano de 2019.
Um desafio para o novo governo: o câncer de colo do útero. Um dos únicos que pode ser prevenido, mas que aparece como o terceiro mais frequente entre a população feminina no País, matando uma mulher brasileira a cada 90 minutos, segundo o Instituto Nacional do Câncer, Inca. A criação de um programa de rastreamento organizado, também chamado de base populacional, em que todas as mulheres acima de 30 anos são convocadas para a realização do teste de DNA-HPV, poderia frear o aparecimento de novos casos da doença, estimados em 600000 somente em 2018.
O câncer de colo do útero é um tipo de tumor maligno que ocorre na parte inferior do órgão. Este mal acontece quando há modificação do crescimento das células da região provocada pelo vírus HPV (papilomavírus humano).
No Brasil, a recomendação é de que sejam realizados exames ginecológicos como o Papanicolaou anualmente e, após dois resultados negativos, a cada três anos, em mulheres de 25 a 64 anos, mas não inclui o rastreamento do HPV. Se considerarmos que a nossa população-alvo é de cerca de 50 milhões de mulheres, cerca de 17 milhões deveriam se submeter anualmente ao teste. Porém, o Sistema Único de Saúde, SUS, realiza cerca de 10 milhões de exames de Papanicolaou por ano, sendo que, muitas intervalos estabelecidos, incorrendo em excesso de exames para algumas mulheres e ausência deles para outras. O problema deste mecanismo é sua baixa eficácia porque deixa de rastrear parte de quem, de fato, precisaria.
Além da ausência de um rastreamento eficiente de mulheres-alvo, a baixa sensibilidade do exame de citologia (Papanicolaou) para a detecção da doença, contribui para a ausência do diagnóstico precoce do câncer de colo uterino no país.
Apesar de oferecer vacinas contra o HPV para jovens entre 9 e 15 anos, prevenindo 70% dos casos da doença, a saúde pública brasileira precisa avançar mais para fechar de forma eficaz o ciclo da prevenção deste mal. Neste sentido, é imprescindível a adoção de um programa de rastreamento organizado mais efetivo para as mulheres adultas. Isso porque o Papanicolaou será ainda menos sensível na população vacinada, pois as alterações morfológicas das células serão menos frequentes, com o aumento da cobertura vacinal.
Diante deste quadro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Febrasgo, recomendou recentemente ao Ministério da Saúde o uso do teste de HPV de alto risco que hoje é oferecido nas clínicas particulares no rastreamento primário desta neoplasia na rede pública de saúde do País. Já a Organização Mundial de Saúde, OMS, incluiu o teste de genotipagem para HPV na primeira Lista de Diagnósticos Essenciais, divulgada em 2018.
Por ser automatizado, o teste de HPV permite um controle de qualidade mais eficiente. Ele é capaz de detectar a presença do vírus mesmo em mulheres sem sinais e sintomas da infecção, inclusive dos tipos 16 e 18, de alto risco para a doença.
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