Por Paula Felix e Lígia Fomenti
Publicado em 28 de agosto de 2019
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a primeira morte por sarampo na cidade de São Paulo nesta quarta-feira. 28. A vítima é um homem de 42 anos que não tinha registro de vacinas e possuía vulnerabilidade para infecções. O óbito também é o primeiro registrado no Estado neste ano – não havia mortes provocadas pela doença desde o último surto, em 1997. O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira, 28, 2.331 casos de sarampo no País.
“O paciente faleceu em 17 de agosto e a morte por sarampo foi confirmada hoje. Ele tinha uma condição clínica que o deixava vulnerável a infecções”, explica Solange Maria Saboia, diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). A capital paulista contabiliza 1.637 casos confirmados da doença, que é altamente contagiosa e grave. No Estado de São Paulo, foram confirmados 2.457 casos da doença.
Uma campanha de vacinação é realizada pela Prefeitura de São Paulo até este sábado, 31. Ela foi iniciada em junho e é voltada para a população entre 15 e 29 anos. Crianças entre 6 meses e 1 ano também estão sendo vacinadas. De acordo com a diretora da Covisa, 41,4% dos jovens e 62,9% dos bebês foram imunizados.
De acordo com o balanço divulgado nesta quarta-feira, 28, pelo Ministério da Saúde, a doença agora está presente em 13 Estados. A grande maioria dos casos está concentrada em São Paulo, que confirmou 2.299 infecções. A diferença nos números se dá pelo fato do balanço do Ministério da Saúde ser menos atualizado que o da Secretaria Estadual da Saúde de SP.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, ao analisar os números, afirma haver uma tendência de o surto ter atingido uma estabilidade. “Esse é o cenário da semana passada. Estamos investigando, mas já demonstra uma projeção de pequena tendência de redução de casos”, afirmou o secretário.
Diante do aumento de casos da doença este ano, o governo alterou a recomendação da imunização. Todas as crianças entre 6 meses e 1 ano deverão tomar uma dose da vacina, batizada de zero. A estratégia tem como objetivo tentar ampliar a proteção dessa população,
considerada mais vulnerável. Nessa faixa etária, a relação é de 46 casos a cada 100 mil habitantes. Entre bebês de 1 a 4 anos, a relação é de 12 casos a cada 100 mil habitantes. A dose zero é uma espécie de reforço antecipado. A aplicação da vacina não dispensa as duas demais doses, que ocorrem aos 12 e 15 meses. Nesta segunda-feira, 26, o Ministério da Saúde iniciou o envio de 1,6 milhão de doses extras de vacina tríplice para todos os Estados para atender a nova estratégia.
Relatório divulgado no início de agosto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o número de casos de sarampo contabilizados em todo o mundo no primeiro semestre deste ano é o maior registrado no período desde 2006.
De acordo com a agência, que publicou os dados no dia 12 de agosto, foram confirmados 364 mil casos de sarampo no mundo nos primeiros seis meses de 2019, quase o triplo do registrado no mesmo período de 2018, quando 129 mil infecções foram confirmadas.
Ainda segundo a OMS, República Democrática do Congo, Madagascar e Ucrânia são os países com o maior número de casos reportados neste ano. Há grandes surtos ativos também em Angola, Camarões, Chade, Cazaquistão, Nigéria, Filipinas, Sudão, Sudão do Sul e Tailândia.
O relatório apontava que, nas Américas, o Brasil é o país com o segundo maior número de casos, atrás apenas de Estados Unidos. Na Europa, até a data da publicação do relatório, já tinham confirmados quase 90 mil casos, mais do que os 84 mil registros contabilizados em todo o ano de 2018.
Leia mais em: https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,sarampo-confirmada-primeira-morte-na-cidade-de-sao-paulo,70002986129