Uma das características das modernas políticas industriais implementadas nos últimos anos por diversos países é o reforço às parcerias empresariais com os ecossistemas de ciência e tecnologia em torno de missões de interesse social. Na área de saúde, como ficou demonstrado durante a pandemia da Covid-19, essa parceria é fundamental para garantir o direito à saúde previsto na Constituição.
A reindustrialização do Brasil, processo fundamental para a retomada do desenvolvimento sustentável, passa necessariamente pelo fortalecimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde. A universalização do acesso à saúde, que inclui também ampliar o acesso a medicamentos, exige, por sua vez estímulos à ciência, tecnologia e inovação. Para avançar nessa direção é preciso cooperação.
Essa cooperação pode, como defende o Grupo FarmaBrasil (GFB), se dar por meio do desenho de programas orientados por missões. Missões que, na área de saúde, permitam o desenvolvimento competitivo de medicamentos, de vacinas, de testes e de profissionais capacitados e preparados para garantir a segurança sanitária tanto em situações de normalidade como nos momentos de pandemias.
Exemplo dessa cooperação são as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), iniciadas em 2008, com o objetivo estimular o desenvolvimento de medicamentos por meio de um trabalho conjunto entre laboratórios públicos e privados. Garantir o acesso da população brasileira à saúde de qualidade, com o aumento da produção de medicamentos e insumos farmacêuticos, é também ampliar a cidadania.
Nesse contexto, a missão de melhorar a saúde dos brasileiros depende da coordenação dessa política pública por parte do governo, uma vez que há políticas transversais a serem implementadas, mas, principalmente, porque envolve a participação de um conjunto de atores dos setores públicos, como as agências reguladoras, e do privado, como empresas industriais, além de representantes da comunidade científica.
É inegável os avanços que obtidos nos últimos anos na indústria farmacêutica nacional. Os investimentos realizados, em especial pelas associadas do Grupo FarmaBrasil, contribuíram para abrir novas fronteiras tecnológicas, como a produção no Brasil de anticorpos monoclonais e o desenvolvimento de inovações radicais. Para continuar avançando é preciso uma política industrial focada em missões.
A indústria brasileira precisa retomar seu protagonismo e o setor farmacêutico tem um papel importante nesse processo de reindustrialização. Nossas associadas já mostraram que tem experiência, conhecimento, profissionais e recursos para os desafios para melhorar a saúde, em especial a saúde pública, no Brasil.
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